domingo, 29 de outubro de 2017

Opinião: Maigret tem medo (Georges Simenon)


Sabem aqueles livrinhos pequenos que se vendem  em feiras do livro e noutras promoções, que muitas vezes são desprezados, mas podem ter histórias tão boas como qualquer best-seller?

Maigret tem medo é um desses livros. É pequeno e lê-se  num instante. Relata-nos um crime que foi cometido numa pequena cidade onde todos se conhecem e Maigret (o detetive) não tem muita vontade de investigar, mas acaba por conseguir resolve-lo (isto não é um spoiler).

O título não me pareceu muito de acordo com o enredo. Dá ideia que o detetive vai encontrar muitos perigos e ficar com medo, mas não acontece nada. Acho que ele estava mais com medo do que a investigação revelaria do que do criminoso.

O crime e a sua resolução não foi espetacular nem surpreendente, mas foi bem construído e fez todo o sentido.

Um livro engraçado para quem gosta de livros pequeno e de crime.

sábado, 21 de outubro de 2017

Opinião: Cândido ou o Optimismo (Voltaire)



Este é o livro mais antigo que já li. Foi editado em 1759 e aborda satiriza a época em que foi escrito.

Apesar de gostar de história e filosofia, não percebo muito e acabei por vezes por me sentir um pouco perdida. As notas rodapé ajudam um pouco, mas acho que para quem entende mais sobre a história do século XVIII o livro deve ser melhor.

O Cândido é tão optimista que consegue ver o lado bom das maiores desgraças. Ao longo da sua viagem inúmeras desgraças acontecem na sua vida, mas ele nunca perde o optimismo. 

Dentro dos infortúnios que o Cândido foi exposto o que mais me disse alguma coisa foi a referência ao sismo de 1755, que destruiu boa parte de Lisboa. Não estava à espera de encontrar uma referência a Portugal.

Cândido ou o Optimismo não é o meu género de livros, mas gostei de ler, nem que seja para variar um pouco a leitura. 

domingo, 15 de outubro de 2017

Opinião: Jardins da Lua (Steven Erikson)


O Jardins da Lua é  o primeiro volume da saga Malazan Book of the Fallen, que eu já tinha vontade de ler até antes deste primeiro volume ter sido traduzido. 

Já não me lembro a última vez que levei tanto tempo para ler um livro. Não foi porque não esta motivada a ler, antes pelo contrário,  mas sim devido à dificuldade que tive em compreender o que se estava a passar.

Vou comparar Jardins da Lua com Guerra dos Tronos, em ambos os livros temos diversos personagens com pontos de vista que narram uma guerra que está a decorrer. Em Guerra dos Tronos conhecemos os personagens antes de a guerra começar. Vemos as motivações de cada um deles e compreendemos a sua posição. E já não são livros fáceis de compreender.
Em Jardins da Lua a guerra já começou há algum tempo. Não temos uma apresentação dos personagens, nem das razões para as quais levaram aquele ponto da história. Admito que cheguei a pesquisar se este era mesmo o primeiro livro da saga, porque deu-me a sensação que existia um livro anterior.

Como se não fosse suficiente a ação já ter começado, o mundo é muito complexo. A magia também não é apresentada. Não é como em Harry Potter em que nós vamos descobrindo a magia à medida que o protagonista também a descobre. Aqui os personagens já são especialista em usar os poderes dos labirintos. Acrescentando a isto a constante intervenção dos deuses.

Após ter comparado este livros a duas das sagas que mais gosto, posso referir que achei este livro é o inicio de uma saga diferente de tudo o que já. As personagens que nós nos importamos não são nobres que comandam exércitos, mas sim os soldados desses exércitos. O sistema de magia é original. O mundo bem construído e complexo.

Aguardo que os outros volumes da saga sejam publicados em breve.

domingo, 8 de outubro de 2017

Opinião: O Heroi das Eras (Brandon Sanderson)


(Primeira Parte)

Após ter adorado os dois primeiros livros da trilogia, não fiquei nem um pouco desiludida com o ultimo volume.
Um das coisas que mais valorizo num livro é a criatividade. Não gosto de ficar com a sensação que já tinha lido algo parecido. O Herói das Eras teve um desfecho que não foi nada do que eu estava à espera.
Outra coisa que valorizo em fantasia é a construção do mundo e este livro esclareceu todas as minhas dúvidas. Aliás, nesta trilogia Brandon Sanderson mostrou ser um escritor genial na construção do universo.

(Segunda parte)

Por fim (e talvez o mais importante) quero ressaltar as personagens. Todas muito bem construídas e nenhuma estava lá apenas por estar. Até os personagens secundários são importantes para a conclusão.

Uma saga obrigatória para todos os fãs de fantasia.

domingo, 1 de outubro de 2017

Opinião: A Música do Silêncio (Patrick Rothfuss)


Como eu já referi aqui, sou uma grande fã das Crónicas do Regicida, sendo para mim uma das melhores sagas de fantasia que já li.

Ao ler os dois volumes já publicados da saga, a Auri foi uma das personagens que mais me intrigou. É fofinha, inteligente, solitária. Inúmeras teorias começaram a formar-se e fiquei com a sensação que é uma personagem mais importante do que inicialmente julguei.´

Neste livro vemos o dia-a-dia da Auri. Apesar de ela não ter interação com nenhuma pessoa durante o livro todo, ela compreende os objetos e sabe onde eles pertencem estar. Fico na dúvida se este conhecimento deve-se a uma capacidade fora do comum ou a  loucura (talvez um pouco das duas).

É um livro fora do comum, que como o próprio autor diz, é possível que não agrade a muitos leitores. Eu encaixo-me no grupo de leitores a quem o livro agrada. Não está ao nível dos volumes principais da trilogia, mas sabe bem rever o universo. Demorei a habituar-me à leitura, mas quando acabei fiquei com vontade de ler mais um pouco.