quarta-feira, 17 de agosto de 2016

Opinião: A Rapariga no Comboio (Paula Hawkins)


Tento sempre  fugir de livros que sei que provavelmente não vou gostar. Há bilhões de livros. Porque devo desperdiçar o meu tempo com um livro que é só razoável?
Infelizmente nem sempre sou bem-sucedida nesta fuga e por vezes acabo por agarrar num livro que não gosto. Foi o que aconteceu com A Rapariga no Comboio.

Alguns livros não gosto de uma parte, ou porque o início é lento, no meio não acontece nada, ou o fim não ficou bem construído. No caso deste livro não há um ponto que gostei mais ou menos, acho que num todo foi um livro que resultou mal. 

Em primeiro lugar, este livro pareceu-me um rascunho. Enquanto lia, senti-me várias vezes uma espécie de leitora beta. Encontrei várias frases mal construídas, parágrafos inúteis e ideias desordenadas. Talvez a autora tenha tido pouco tempo para limar as arrestas.
Até sou capaz de fechar os olhos à má escrita, se o livro me oferecer os dois elementos que eu dou mais valor numa história: originalidade e boas personagens.

Este livro falhou neste dois pontos.

A rapariga que viaja no comboio é Rachel. É também a única personagem minimamente interessante e bem construída. Apesar de ser irritante e depressiva a ponto de dar-me vontade de atirar o livro pela janela, havia razões para ser assim. 

A Anna é o estereótipo de rapariga bonitinha e oca que passa os dias só a pensar na sua maravilhosa aparência e o no seu maravilhoso marido. Fiquei com a impressão que boa parte dos capítulos com ponto de vista desta personagem serviam apenas para não existirem dois seguidos da Rachel.

Uma mulher que vai num comboio e, em poucos segundos, vê algo que pode leva-la na pista de um crime, é sem dúvida uma ideia original. A resolução não foi tanto. A única coisa que me fez ler este livro até ao fim foi a curiosidade para saber quem era o criminoso. Mas até aí fiquei desiludida. No fim, o grande mistério provou ser aquilo que seria mais óbrvio. (Não, não foi o mordomo). 


A Rapariga no Comboio é um livro chato. Para mim, enquanto leitora, veio comprovar que ler livros “da moda” nem sempre significa ler algo com qualidade.

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