sábado, 30 de dezembro de 2017

2017 - Uma visão literária

Segundo o goodreads, em 2017 li 26 livros. Alguns foram calhamaços, outros contos de poucas páginas. Vou fazer uma retrospectiva dos livros que li neste ano:

O melhor: O Herói das Eras  - O fim da saga Mistborn não me desiludiu nem um pouco. (Opinião)

O pior: Em Busca da Ilha Fianchair - Prefiro nem falar mais dele. (Opinião)

Foi bom, mas podia ter sido melhor: Jardins da Lua  - Podia ter sido melhor se eu tivesse percebido melhor o estava a acontecer. (Opinião)

Um livro diferente: Ausente na Primavera - Um livro completamente diferente de tudo o que já li da Agatha Christie. (Opinião)

Uma surpresa agradável: Encantamento - Não esperava muito deste livro, mas gostei muito. (Opinião)

Um livro para pensar: (Por não conseguir escolher entre estes dois, vou falar de ambos:  A Quinta dos Animais - Uma critica muito bem conseguida. (Opinião)  e Sétimo Selo - Para pensarmos nas ações que temos diariamente e que  já estão a mudar o planeta. (Opinião)

Promessa para 2018: Continuar a ler clássicos e apostar em mais sagas de fantasia


sábado, 23 de dezembro de 2017

Opinião: O Natal de Poirot (Agatha Christie)



O Natal do Poirot foi adaptado na série televisiva Agatha Christie's Poirot, sendo o primeiro episódio da sexta temporada. Já vi todos os episódios desta série, e lembrava-me bem deste episódio pois foi um dos meus favoritos. Assim, antes de começar a ler já sabia quem era o criminoso. Mas ler Agatha Christie é bom até quando sabemos quem cometeu o crime. Podemos saborear cada pista que a autora nos dá e observar como o detetive desmascarar o criminoso.

Este crime dá-se na casa de um homem velho que convida os 4 filhos para comemorar o Natal com ele. O velhote humilha os filhos na véspera de Natal e acaba por ser morto nessa noite. A desconfiança gera-se entre a família e o crime parece não fazer sentido. Por sorte Poirot está a passar o Natal naquela zona e consegue montar cada peça de um puzzle que parecia impossível compreender.
Já gostava da adaptação e o livro não desiludiu nem um pouco. Tive sempre vontade de virar a página apesar de saber onde iria dar.

domingo, 17 de dezembro de 2017

Como escolher um livro para outra pessoa

Chegou a época do Natal e muitos queremos presentear os nossos amigos com livros. Mas ao chegar a uma livraria ou pesquisar em sítios de venda online, deparamo-nos um gigantesca oferta. Há livros para todos os gostos e muitas vezes é  difícil perceber qual o indicado para oferecermos às pessoas que nos são queridas.
Como um dos meus talentos é perceber qual o livro indicado para os outros, vou aqui dar algumas dicas para a escolha de um livro para oferecer:

Hábitos de leitura.

É uma pessoa a ser presenteada lê todos os dias, ou uma daquelas que lê apenas ao fim-de-semana? Talvez algo num meio-termo. 
Para uma pessoa que lê todos os dias, um calhamaço pode ser "despachado" em pouco tempo, mas para além que só lê de vez em quando, um calhamaço pode ficar meses em cima da banca de cabeceira e perder o interesse. 

Os filmes que vê.

O teu amigo está louco para ir ver o novo filme de Star Wars ao cinema? Então ele pode gostar de ler algo de fantasia ou ficção-cientifica. Talvez seja daquelas pessoas que choram no cinema com filmes tocantes. Então um livro romântico pode ser uma opção segura
Normalmente quem gosta de um género de filmes também gosta desse género de livros.

O autor favorito.

Uma opção que vejo muitas pessoas tomarem ao oferecerem uma prenda para um amigo é comprar um livro do autor que ele mais gosta. Por um lado, quase de certeza  que o teu amigo vai gostar do livro, por outro lado, ele pode já ter comprado esse livro ou mais alguém lho oferecer.
Se comprares um livro de um autor que o teu amigo leia  muito certifica-te que ele não o têm, nem faz tensões de comprar.
Uma boa ideia é pesquisar quais são os livros aconselhados para fãs daquele autor.

Filmes/séries que são adaptações e ele gosta.

Há vários livros que eu li após ter visto a adaptação e mesmo sabendo como iria acabar, desfrutei bastante da leitura. Tal como no ponto anterior, aqui corre-se o risco, do nosso amigo já ter o livro, ou então não estar interessado em ler, porque já viu a adaptação. Pesquisar livros para fãs, pode mais uma vez ser uma opção inteligente.

O estado de espírito.

Se o vosso amigo está num estado  de espírito triste, talvez não seja uma boa ideia oferecer-lhe um livro trágico, da mesma forma que não irá achar piada a uma comédia. Talvez uma coisa que o distraia seja o ideal, 

Conhecer bem a pessoa.

Há pessoas que só lêem de vez em quando mas gostam de histórias grandse, então um calhamaço pode ser indicado. Há outras que gostam de experimentar, por isso um livro totalmente diferente do que estão habituados pode ser uma boa experiência.
 Não há nada como focarmos-nos na pessoa de quem gostamos e naquilo que o vai fazer ficar feliz.

domingo, 10 de dezembro de 2017

Opinião: Aquele Verão na Toscana (Domenica De Rosa)



Sinopse: Todos os anos, Patricia O'Hara abre as portas do seu magnífico castello do século XIII e organiza um curso de escrita criativa na deslumbrante região da Toscana. Mas este ano, algo paira no ar quando os sete aspirantes a escritores se juntam à beira da piscina para trocar mexericos, namoriscar e escrever o livro das suas vidas. Em pouco tempo, Mary, a solteira convicta, descobre os encantos de partilhar uma Vespa; o sedutor Jeremy rende-se a talentos que não apenas os seus e até a pragmática Patricia vai arranjar tempo para uma paixão acidental. Graças a esta mistura explosiva de ego e criatividade, segredos obscuros e visitantes inesperados, uma coisa é certa: nunca se assistiu a um Verão como este. Quando o curso chegar ao fim, as suas vidas terão mudado para sempre. E um deles chegará mesmo a escrever um livro.



Opinião: Antes de mais devo admitir que o que mais me atraiu neste livro foi passar-se numa escola de escrita criativa. Estava à espera de conseguir ali algumas dicas, mas acho que não era bem esse o objetivo da escritora. Apesar disso não deixei de desfrutar da leitura.

Como indica a Sinopse, o livro trata mais dos personagens e dos seus encontros românticos. Algumas das personagens são bem construídas e a narrativa vai alterando entre os seus pontos de vista. Outras são secundárias, mas acabam por amarrar bem as intrigas. De todas as personagens as minhas favoritas foram a velhota Mary e jovem de baixa autoestima Anna. Achei que fosse gostar da Patricia, não só porque tem o mesmo nome que eu como também é do signo virgem, mas  não achei que fosse  minimamente parecida comigo. Consegui-me identificar mais com a Anna.

Após ter escrito sobre os clichés que odeio este livro fez uma coisa que para mim foi muito engraçada e  inteligente: gozou com os seus clichés. O professor de escrita criativa diz aos alunos aquilo que não devem escrever: coincidências, reencontro nos momentos oportunos, etc. E esses clichés  acabam por acontecer, mas não me incomodaram. Acho que se o autor goza com os clichés deixam de ser clichés.

domingo, 3 de dezembro de 2017

Os 5 piores clichés de sempre

Ao ler muitos livros, nós leitores, começamos a notar que há aspetos que se repetem inúmeras vezes, ao ponto de já ser previsível. De uma maneira geral enfraquecem a história. Apesar de alguns serem clássicos do género e serem exatamente aquilo que os leitores querem que aconteça, como por exemplo: descobrir um cadáver no início de um romance policial.

Irei listar os clichés que mais me incomodam.

1 - O Triângulo amoroso

No meio de livros de fantasia ou ficção-científica, em que  estamos interessados na trama e no universo, mas 90% das páginas consistem na protagonista a pensar qual dos dois rapazes lindo e perfeitos irá escolher.

2 - A Mary Sue

A rapariga feia, pouco importante e com baixa autoestima, que na realidade é linda, poderosa, perfeita e está em todos os livros para adolescente como uma técnica barata para todas as raparigas se identificarem.

3 - As raças de Tolkien

Elfos, Anões e Hobbits são espetaculares na Terra Média, mas dos milhares de sagas de fantasia que usam estas raças apenas estão a repetir um cliché.

4 -  A rapariga frágil que se apaixona por homem forte

Aquela rapariga frágil/sensível/pobre/jovem que se apaixona e é protegida por um homem forte/rico/importante. Não é que em alguns livros não seja bom, mas é algo que se repete em livros românticos.

5 - O criminoso é óbvio

Ao ler um livro policial eu quero ser surpreendida pela identidade do criminoso, concluído que faz sentido, mas não era percetível das primeiras páginas. O que é mais fácil de encontrar é polícias em que o criminoso é alguém que já é descrito como mau ou então não fazer sentido nenhum só para surpreender.

domingo, 26 de novembro de 2017

Opinião: A Hora dos Feitiços (Nora Roberts)


Este conto foi escrito por Nora Roberts e está incluindo nesta antologia chamada "Contos da Meia-Noite". Como cada conto é escrito por uma autora diferente, mas eu suspeito que estão incluídos no mesmo género literário e eu gosto de variar as minhas leituras, não vou lê-los de seguida e por isso dou a minha opinião em separado.
Os outros contos são:
"Espelho Meu" - Jill Gregory
"Amante de Sonho" - Ruth Ryan Langan
"Terras da Meia-Noite" - Marianne Willman

Das autoras que contribuíram para esta antologia a única que eu já conhecia era a Nora Roberts. Apesar de gostar dos livros que li dela, achei-os muito semelhantes. Como os outros livros eram romances contemporâneos e este é fantasia não achei-o parecidos com os outros livros que li dela.

Gostei do conto, apesar de cair em alguns clichés da fantasia. Também me incomodou a construção do mundo ser muito simples, mas pelo tamanho do conto não dava para ser de outra forma.

A protagonista Aurora começou por parecer-me uma Mary Sue, a menina linda e inteligente que todos amam, felizmente as coisas mudam um pouco. A construção da personagem foi lenta e só a meio do conto consegui gostar dela. Mais uma vez, as pouco páginas podem ter interferido na sua construção e o início foi muito corrido. Apesar de ter aparecido menos, achei que o Thane foi melhor construído. Até uma escrito experiente como a Nora Roberts consegue cair do erro de escrever os homens como seres completos e as mulheres como lindas.

No fim, achei o conto suave e que pode agradar mais a quem procura uma história fofinha do que quem quer ler fantasia.

domingo, 19 de novembro de 2017

Opinião: O Sétimo Selo (José Rodrigues dos Santos)


Já tinha dado a minha opinião sobre um livro deste autor, que podem ver aqui. Gostei muito mais do Sétimo Selo do que da Ilha das Trevas. Vê-se bem que ele  cresceu enquanto autor, com uma escrita fluída e menos "um relato jornalístico".

Neste livro, Tomás investiga a morte de dois cientistas que estudavam as alterações climáticas. Entre a investigação do crime, são abordados vários fatos referentes às alterações climáticas e as suas consequências, bem como a crise energética que pode resultar do fim da exploração do petróleo.

Considero que este livro deveria ser lido por todos, pois  aborda um tema em que todos precisamos de pensar. 

domingo, 12 de novembro de 2017

Opinião: Uma Rapariga dos Anos 20 (Sophie Kinsella)


Como já referi aqui, adoro os livros da Sophie Kinsella. São sempre muito engraçados e com personagens inteligentes excêntricas. 

Neste livro a protagonista Lara tem a vida completamente baralhada. Acabou há pouco tempo uma relação, a empresa onde é sócia não está muito bem, não tem uma relação muito boa com os pais e como se tudo não bastasse ainda tem um tio muito rico que acaba por esfregar-lhe na cara que conseguiu fazer sucesso começando apenas com duas moedas.
No funeral de uma tia-avó que não conhecia aparece-lhe o fantasma dessa tia-avó. Apesar de ter falecido com mais de cem anos, ela aparece como ela se via: uma rapariga na casa dos 20 anos que viveu nos anos 20.

Achei a história muito divertida e aconselho a quem quiser uma história leve e divertida.

quinta-feira, 9 de novembro de 2017

Um pequeno gigante

Sentia saudade. Saudade dos alegres tempos passados. Da minha amada que partiu, do meu filho e netos que estão longe.

Nos velhos tempos sentia que tinha um mundo sobre as minhas costas. Tinha a minha família para cuidar e trabalhava imenso a fazer peças de artesanato. Os turistas compravam tudo aquilo que eu fazia. Então eu fazia centenas, não milhares, de peças por semana. Garantia que havia sempre comida em casa e o meu filho conseguiu estudar.

Os turistas ainda compram tudo o que faço. A vontade e a necessidade de trabalhar é que são menores. Um dia, de manhã, mais por capricho de um velho do que por necessidade de vender, resolvi fazer uma coisa diferente: um pequeno mundo sobre uma pequena mão.

Após acabar a peça, coloquei-a numa prateleira e abri a loja. Estava um lindo dia de Sol. Os turistas entravam e saiam. Alguns iam apressados, outros demoravam algum tempo. Alguns não compravam nada, outros compravam imensas peças. Alguns eram simpáticos, outros ignoravam-me por completo e ainda havia quem me olhasse com desprezo, como se o que compram não fosse algo nascido do meu trabalho e da minha criatividade. No fundo, da minha história.

Ao fim de um dia que parecia ser igual a tantos outros, quando estava a preparar-me para fechar a loja, entrou uma jovem. Vestia roupa de praia e aparentava ser só mais uma universitária a aproveitar as férias.

- Boa tarde – cumprimentou a rapariga.

Reparei no seu aspeto. Bastante parecida com a minha amada quando a conheci. Tinha a mesma vivacidade capaz de encher qualquer espaço com alegria.

A rapariga, sempre a sorrir observou todas as peças que tinha a loja. Surpreendi-me quando ela pegou na peça que tinha feito nessa manhã, pergunta-me:

- Qual é a história desta mão?

- História? É só uma peça... Não tem história nenhuma – respondo.

- Tudo tem uma história. Nem que seja a forma como a fez.

Fiquei surpreendido por a jovem reconhecer meu trabalho, então resolvi inventar uma pequena história, como as que contava ao meu filho quando era pequeno.

- Num local muito distante, um gigante vivia sozinho. Todos os dias chorava por se sentir só. Embora estivesse sempre à procura de outros gigantes, não tinha esperança de algum dia encontrar alguém. Apesar de ser um gigante, sentia-se pequeno. Um dia, ao limpar as lagrimas, reparou que tinha algo na palma da mão, era um pequeno mundo que vivia sobre ele. Um mundo que necessitava dele para existir.

- O que aconteceu ao gigante? – perguntou a jovem com uma curiosidade demasiado infantil para a sua idade.

- O gigante continuou sem encontrar nenhum outro gigante. Mas sempre que chorava, lembrava-se que tinha um pequeno mundo que precisavam dele – respondi.

- É uma excelente história – a rapariga exibiu o seu fantástico sorriso. – Quanto custa a peça?

- Nada. É um presente para si. Desde que prometa contar esta história a quem lhe perguntar a origem desta peça.

- Muito obrigada. Prometo! – A expressão da rapariga convenceu-me que deve existir milhares de pessoas a querer saber uma história destas.

Nessa noite chorei. Depois sorri, ao lembrar-me de uma jovem, que me fez lembrar que sou importante neste mundo.

domingo, 5 de novembro de 2017

Um pouco de escrita

Como gosto muito de escrever, mas foram poucas as pessoas que leram os meus textos, resolvi começar a publicar alguns aqui no blog
Assim, de vez em quando, para além dos meus comentários relacionados com o mundo literário, de vez em quando vou publicar um texto original. 

Espero que gostem.

Opinião: A Metamorfose (Franz Kafka)


Acho que nunca li nenhum livro tão estranho.

Gregor Samsa um dia acorda transformado num inseto, com a sua metamorfose podemos refletir sobre diversos temas sobre a forma como vivemos, com críticas sociais ainda bastante atuais (a primeira edição é de 1915) mostrando como o ser humano pouco mudou ao longo de um século.

Foi para mim um pouco difícil interpretar algumas partes, mas no geral gostei da crítica de Kafka.

É um livro curto que todos devem ler,  nem que seja  para refletir na sua mensagem.

domingo, 29 de outubro de 2017

Opinião: Maigret tem medo (Georges Simenon)


Sabem aqueles livrinhos pequenos que se vendem  em feiras do livro e noutras promoções, que muitas vezes são desprezados, mas podem ter histórias tão boas como qualquer best-seller?

Maigret tem medo é um desses livros. É pequeno e lê-se  num instante. Relata-nos um crime que foi cometido numa pequena cidade onde todos se conhecem e Maigret (o detetive) não tem muita vontade de investigar, mas acaba por conseguir resolve-lo (isto não é um spoiler).

O título não me pareceu muito de acordo com o enredo. Dá ideia que o detetive vai encontrar muitos perigos e ficar com medo, mas não acontece nada. Acho que ele estava mais com medo do que a investigação revelaria do que do criminoso.

O crime e a sua resolução não foi espetacular nem surpreendente, mas foi bem construído e fez todo o sentido.

Um livro engraçado para quem gosta de livros pequeno e de crime.

sábado, 21 de outubro de 2017

Opinião: Cândido ou o Optimismo (Voltaire)



Este é o livro mais antigo que já li. Foi editado em 1759 e aborda satiriza a época em que foi escrito.

Apesar de gostar de história e filosofia, não percebo muito e acabei por vezes por me sentir um pouco perdida. As notas rodapé ajudam um pouco, mas acho que para quem entende mais sobre a história do século XVIII o livro deve ser melhor.

O Cândido é tão optimista que consegue ver o lado bom das maiores desgraças. Ao longo da sua viagem inúmeras desgraças acontecem na sua vida, mas ele nunca perde o optimismo. 

Dentro dos infortúnios que o Cândido foi exposto o que mais me disse alguma coisa foi a referência ao sismo de 1755, que destruiu boa parte de Lisboa. Não estava à espera de encontrar uma referência a Portugal.

Cândido ou o Optimismo não é o meu género de livros, mas gostei de ler, nem que seja para variar um pouco a leitura. 

domingo, 15 de outubro de 2017

Opinião: Jardins da Lua (Steven Erikson)


O Jardins da Lua é  o primeiro volume da saga Malazan Book of the Fallen, que eu já tinha vontade de ler até antes deste primeiro volume ter sido traduzido. 

Já não me lembro a última vez que levei tanto tempo para ler um livro. Não foi porque não esta motivada a ler, antes pelo contrário,  mas sim devido à dificuldade que tive em compreender o que se estava a passar.

Vou comparar Jardins da Lua com Guerra dos Tronos, em ambos os livros temos diversos personagens com pontos de vista que narram uma guerra que está a decorrer. Em Guerra dos Tronos conhecemos os personagens antes de a guerra começar. Vemos as motivações de cada um deles e compreendemos a sua posição. E já não são livros fáceis de compreender.
Em Jardins da Lua a guerra já começou há algum tempo. Não temos uma apresentação dos personagens, nem das razões para as quais levaram aquele ponto da história. Admito que cheguei a pesquisar se este era mesmo o primeiro livro da saga, porque deu-me a sensação que existia um livro anterior.

Como se não fosse suficiente a ação já ter começado, o mundo é muito complexo. A magia também não é apresentada. Não é como em Harry Potter em que nós vamos descobrindo a magia à medida que o protagonista também a descobre. Aqui os personagens já são especialista em usar os poderes dos labirintos. Acrescentando a isto a constante intervenção dos deuses.

Após ter comparado este livros a duas das sagas que mais gosto, posso referir que achei este livro é o inicio de uma saga diferente de tudo o que já. As personagens que nós nos importamos não são nobres que comandam exércitos, mas sim os soldados desses exércitos. O sistema de magia é original. O mundo bem construído e complexo.

Aguardo que os outros volumes da saga sejam publicados em breve.

domingo, 8 de outubro de 2017

Opinião: O Heroi das Eras (Brandon Sanderson)


(Primeira Parte)

Após ter adorado os dois primeiros livros da trilogia, não fiquei nem um pouco desiludida com o ultimo volume.
Um das coisas que mais valorizo num livro é a criatividade. Não gosto de ficar com a sensação que já tinha lido algo parecido. O Herói das Eras teve um desfecho que não foi nada do que eu estava à espera.
Outra coisa que valorizo em fantasia é a construção do mundo e este livro esclareceu todas as minhas dúvidas. Aliás, nesta trilogia Brandon Sanderson mostrou ser um escritor genial na construção do universo.

(Segunda parte)

Por fim (e talvez o mais importante) quero ressaltar as personagens. Todas muito bem construídas e nenhuma estava lá apenas por estar. Até os personagens secundários são importantes para a conclusão.

Uma saga obrigatória para todos os fãs de fantasia.

domingo, 1 de outubro de 2017

Opinião: A Música do Silêncio (Patrick Rothfuss)


Como eu já referi aqui, sou uma grande fã das Crónicas do Regicida, sendo para mim uma das melhores sagas de fantasia que já li.

Ao ler os dois volumes já publicados da saga, a Auri foi uma das personagens que mais me intrigou. É fofinha, inteligente, solitária. Inúmeras teorias começaram a formar-se e fiquei com a sensação que é uma personagem mais importante do que inicialmente julguei.´

Neste livro vemos o dia-a-dia da Auri. Apesar de ela não ter interação com nenhuma pessoa durante o livro todo, ela compreende os objetos e sabe onde eles pertencem estar. Fico na dúvida se este conhecimento deve-se a uma capacidade fora do comum ou a  loucura (talvez um pouco das duas).

É um livro fora do comum, que como o próprio autor diz, é possível que não agrade a muitos leitores. Eu encaixo-me no grupo de leitores a quem o livro agrada. Não está ao nível dos volumes principais da trilogia, mas sabe bem rever o universo. Demorei a habituar-me à leitura, mas quando acabei fiquei com vontade de ler mais um pouco.

sábado, 26 de agosto de 2017

Opinião: O Apelo da Selva (Jack London)


Buck é um cão enorme que é tirado da sua vida calma e vendido como um cão de trenó. É ao enfrentar o frio do norte do continente americano que Buck começa a sentir o apelo de uma vida selvagem
Apesar de ser um livro leve, vi-me envolvida com a história do Buck. Acho que eu gostar muito de cães também ajudou.
Este clássico é, no meu ponto de vista, uma crítica à forma como o ser humano se comporta como um animal selvagem ao tentar ter mais dinheiro. 


sábado, 5 de agosto de 2017

Opinião: Milagre (Deborah Smith)


Eu gostei muito dos outros livros desta autora, mas este ficou um pouco aquém. Se eu esquecer que é da Deborah Smith, posso dizer que é um  chick lit normal.

Aquilo que mais me irritou foi conseguir detetar a fórmula dos romances. Apesar de a autora ter tentado dar a volta, ela está lá. 

A Amy Miracle é uma personagem bem construída. Para mim, enquanto leitora, consegui perceber as razões para ela agir da forma como agia, mesmo que parecesse que estava a tomar decisões idiotas. O par romântico, o Sebastien deixou-me um pouco irritada. A justificação para as ações deles também eram tão compreensíveis, mas pareceu-me uma pessoas demasiado fria. 

O Milagre é um livro interessante e divertido, aconselho a quem gosta de romances fofinhos.

sábado, 29 de julho de 2017

Opinião: Regresso (Victoria Hislop)



Como já referi em publicações anteriores, adoro ficção-histórica e que a Vitoria Hislop sabe escrever este género com mestria. Os factos históricos são bem conjugados com o percurso de cada personagem que quase dá ideia que podia ter realmente acontecido.

Este livro interessou-me bastante por ser em Espanha. Ao contrário do que aconteceu com os outros livros que li da autora, cuja ação decorre no Chipre e na Grécia, eu já visitei algumas das cidades descritas no livro e já conhecia alguns factos históricos.

No início do livro conhecemos duas amigas inglesas que vão a Granada ter aulas de dança. 
A Sonia, uma das amigas, vai a um bar de Granada, onde conhece o idoso que é responsável pelo bar. O idoso conta-lhe a história da família a quem o bar pertencia na década de 30 do século passado. Uma família feliz no inicio do livro, que sobre as consequências da Guerra Civil.
Desta forma, o livro pode dividir-se em dois arcos, um no "presente", o outro no passado. Gostei mais do arco passado, apesar de por vezes ser muito triste.

Não fiquei nem um pouco desiludida com o livro e quero continuar a ler tudo desta autora.

domingo, 23 de julho de 2017

A fórmula dos romances

Pensando em todos os livros românticos que li, consigo encontrar um padrão que se repete em muitos. Como sou uma fã matemática, vou traduzir este padrão numa fórmula muito simples:

Romance = Homem Forte + Mulher Sensível

É uma fórmula tão "boa" que funciona não só em chick lit, como também para filmes de desenhos animados, comédias românticas e até alguns livros de fantasia ou ficção cientifica.

domingo, 9 de julho de 2017

Razões para ler: The Kingkiller Chronicle (Patrick Rothfuss)

Primeiro Livro (Fonte)

The Kingkiller Chronicle é uma saga de fantasia que me conseguiu cativar como poucas conseguem.
Gostei tanto destes livros que aconselho-os até a quem não costuma ler fantasia.


As duas parte na versão Portuguesa do segundo livro (Fonte)


Aqui vão (algumas) razões para ler a saga:
  • A escrita.

O escritor Patrick Rothfuss tem uma escrita rica, coisa que é pouco comum neste género de livros.

  • É uma história diferente
Não tem os elfos como os da Terra Média, nem intrigas palacianas com as de Westeros. É completamente diferente de tudo o que já li.

  • A forma como é narrado.
O livro é narrado pelo protagonista que relata o seu passado.

  • O mundo é diferente e bem construído.
 Ao contrário do que é normal em fantasia, não é baseado na época medieval, parecendo mais estar na fase pré-industrial. Cada local tem a sua identidade, podendo encontrar-se diferentes culturas.
Na minha opinião, a melhor parte é a "magia" ser-nos apresentada com uma ciência.

  • A Universidade.
Não é uma escola de magia ao estilo de Hogwarts. Diria que é mais uma escola onde os alunos aprendem de tudo um pouco.

  • As personagens são interessantes.
Não só o protagonista está bem construídos como todos os coadjuvantes têm a sua própria personalidade.

  • A saga ainda não está completa.
Se é um defeito para alguns para outros (como eu) é uma oportunidade para criar teorias. Entre as inúmeras pistas deixadas ao longo do livro é possível tentar adivinhas o que poderá acontecer. 

domingo, 2 de julho de 2017

Opinião: A Ilha das Trevas (José Rodrigues dos Santos)



Apesar o José Rodrigues dos Santos ser um autor Português muito famoso e de ter escrito muitos livro, este foi o primeiro livro que li dele. 

Ultimamente tenho lido alguns livros que combinam a ficção com acontecimentos históricos. A melhor combinação entre diversão estudo. A Ilha das Trevas foi uma leitura excelente para ficar a conhecer melhor a história de Timor-Leste. Infelizmente  o autor não conseguiu desligar-se da sua profissão de jornalista. Algumas partes deste livro estão escritas mais como um texto jornalístico e menos como um romance. Por um lado, foi um relato mais fiel da realidade do que aquilo que encontro noutras ficções-históricas, mas tornou a leitura menos interessante. Gostava de ter passado mais tempo com o Paulino, a personagem fictícia que representa o povo de Timor.

A Ilha das Trevas é um livro interessante, indicado para quem gosta de história.


sábado, 1 de abril de 2017

Opinião: Quinta dos Animais (George Orwell)


Fartos de ser maltratados, os animais revoltam-se contra o seu dono, estabelecendo um novo sistema politico em que todos os animais são iguais e trabalham para o bem comum. 

Servindo de personificações, George Orwell mostra-nos o seu ponto do que aconteceu na União Soviética. Na minha opinião, A Quinta dos Animais é um exemplo perfeito da forma como um escritor pode passar uma mensagem. 

Vou deixar aqui um vídeo que faz a correspondência entre as personagens do livro e as personalidades históricas.






segunda-feira, 20 de março de 2017

Opinião: Ausente na Primavera (Mary Westmacott)


Se há autora que eu li imensos livros, essa autora é a Agatha Christie. Não tenho todos os seus livros, mas já não deve faltar muito. Não considero os policiais sejam o meu género literário, já que não costumo gostar muito de livros com perseguições, tiros, impressões digitais e coisas do parecidas. O que diferencia os livros da autora de outros policiais é que o crime é resolvido com uso à observação dos suspeitos.

Apesar de ao falar de Agatha Christie, a nossa mente lembrar-se logo dos policiais, Ausente na Primavera não é um policial (até foi usado um pseudónimo). É um livro sobre uma mulher que considera ter uma vida perfeita e que todos os seus amigos e conhecidos têm uma vida triste. Ao ficar vários dias sozinha no deserto à espera do comboio, começa a pensar em toda a sua vida. Enquanto leitora, ao longo das páginas fui percebendo das ilusões que a protagonista criou sobre si mesma e sobre a sua família. Não me foi difícil chegar à conclusão do que realmente acontecera na vida dela.

No geral achei um bom livro. Deixou-me com vontade de ler sempre mais um pouco. O fim do livro esta na linha estreita entre o brilhantismo e a desilusão. Percebo porque acabou assim e foi corajoso. Por outro lado, tinha imaginado que fosse diferente.

sexta-feira, 3 de março de 2017

Opinião: Em Busca da Ilha Fianchair (Laura Vasconcellos)


Eu adorava começar a dar a minha opinião com algo como: "Foi um grande livro, vale a pensa os fãs dos autores de fantasia internacionalmente lerem este livro". Infelizmente não é esta a minha opinião.

Em Busca da Ilha Fianchair tem tantos erros que não sei como é que alguém pode editar um livro assim.

Para começar, não consegui perceber por que razão a protagonista parte à aventura. Sabemos que vai procurar o seu mestre, mas não consegui perceber bem o porquê. Talvez a culpa seja minha e não tenha lido com atenção os primeiros capítulos, mas ao longo de todo o enredo não volta a existir uma referência clara ao que leva a protagonista à aventura.

Em segundo lugar, não conseguir perceber a razão que leva as personagens a determinados locais. Há um momento em que o grupo que acompanha a protagonista vai para uma ilha e divide-se em dois grupos. Por que razão se dividiram em dois grupos? E por que razão foram sequer aquele ilha se ela era conhecida por ser perigosa?

Desse grupo que parte à aventura, nós  conhecemos os personagens momentos antes deles morrem (ou qualquer outro destino equivalente). Não me consegui importar com nenhum dos personagens. Se eu não conhecia  os personagens como poderia torcer por eles?

Se eu considero grave esta falta de profundidade de personagens secundário, não conhecer a personagem principal é gravíssimo. Aquilo que eu fiquei a saber da Lynn é que ela é lindíssima  e corajosa. (Alerta Mary Sue) Nunca conheci os medos dela, as duvidas, etc. As descrições da beleza dela, dos seus cabelos e da sua roupa consegui  ocupar mais parágrafos que descrições de batalhas.

Não gosto de livro muito descritivos, mas quero ficar minimamente a perceber o que está a acontecer. Deu-me ideia que este livro era apenas um resumo que ainda precisaria de (muito) trabalho para ficar concluído. Uau! Gastei 7 euros num resumo.

Se algum dia a autora ler a minha opinião, tenho uma sugestão a fazer-lhe. Procure um grupo de leitores, de preferência que gostem de fantasia e que não se importem de fazer críticas sinceras (por exemplo... deixa-me pensar... eu), para serem os seus leitores beta. Vejo neste livro alguma criatividade e aspectos que poderiam fazer parte de uma grande história, desde que devidamente trabalhados.

sábado, 18 de fevereiro de 2017

Opinião: Encantamento (Alice Hoffman)


Encantamento veio-me provar que livros baratos e com uma capa pouco apelativa (na minha opinião) não significa uma má leitura. Pelo contrário, este livro, apesar de pequeno e de ter uma escrita leve, conseguiu-me deixar emocionada.

No início conhecemos Estrella, uma adolescente da idade média em Espanha. Ela aprendia os segredos das plantas com a mãe e andava de uma lado para o outro com a melhora amiga. Parecia um livro simples, até que a vida pacifica de Estrella dá uma volta e todo o seu mundo começa a desabar. 

Aconselho este livro a todos os que gostam de ficção-histórica, ou que queiram um livro fácil de ler, mas com uma boa mensagem.

sábado, 4 de fevereiro de 2017

Opinião: O Poço da Ascensão (Brandon Sanderson)


Como já tinha referido, adorei o primeiro livro desta saga. Deixou-me com uma vontade tão grande de ler a continuação que demorei muito menos tempo a agarrar nela do que aquilo que estou habitada a fazer entre livros da mesma saga.

Considerei este segundo volume uma continuação digna do primeiro. As personagens continuam interessantes e dá sempre vontade de ler mais um bocadinho. O tema "rebeldes vs tirano" contínua presente, sem cair no cliché.

O único ponto negativo é a falta de personagens femininas. Boa parte dos livros de fantasia que já li têm protagonistas masculinos e a saga Mistborn destaca-se por a personagem principal ser uma rapariga. Apesar disso, Vin não tem quase nenhuma interação com outras femininas. As poucas mulheres que são nomeadas no livro são consideradas por Vin chatas e pouco interessantes.

Ainda falado de personagens, adorei o Zane. Um dos melhores antagonistas de sempre. Não sei bem se se pode considerar mais um vilão ou um anti-herói. Os momentos em que ele se encontra com Vin são muito bons e oferecem-nos excelentes cenas de ação.

"O Poço da Ascensão" foi uma brilhante continuação de uma saga que eu aconselho a todos os fãs de fantasia. 

sexta-feira, 6 de janeiro de 2017

Opinião: Harry Potter e a Criança Amaldiçoada (John Tiffany, Jack Thorne, J.K. Rowling)


Como eu acho que referi bastantes vezes neste blog, sou uma grande fã da saga Harry Potter. Li todos os livros e até reli alguns (coisa que não tenho o habito de fazer). E desde que li o Epilogo do último livro que fiquei com curiosidade para saber o acontecia com os filhos dos três protagonistas. Desta forma, esta história foi, para mim, quase como a realização de um pedido meu. Começa no momento em que a saga acaba, narrando a história do Albus, o filho do Harry que entra para os Slytherin e torna-se melhor amigo de Scorpius Malfoy.

Não estou habituada a ler guiões, pelo que me fez um pouco confusão. Apesar disso, não deixei de apreciar a história e de "sentir" que estava de volta a este universo.

Apreciei a coragem para tornar Albus um personagem tão diferente do seu pai. Ao contrário do Harry, não foi uma popular, nem achava que Hogwarts era a sua casa. Também gostei do Scorpius. Aliás, foi a minha personagem favorita.

Ao contrário do que aconteceu com as crianças, não gostei do desenvolvimento dos personagens adultos. Não queria acreditar que o Harry Potter, aquele personagem que toda a gente ama, tinha uma espécie de crise de meia-idade e que iria agir como um idiota por isso. E também é estranho ver a McGonagall a obedecer às ordens dele. Enfim...

Gostava que a história fosse diferente. Gostava que as aventuras do Albus e do Scorpius fosse diferentes. Acho que havia tanta coisa que podiam ter feito.

Temi que a meio aparecesse um DeLorean. E quero acreditar que os bruxos tenham alguma espécie de reprodução medicamente assistida.

domingo, 1 de janeiro de 2017

2016 em Retrospectiva - Dezembro

No último mês do ano, para me redimir de Novembro, acabei três livro.


A Casa Misteriosa (Marzia Bisognin)



Um livro que não foi muito do meu agrado. Falei nele aqui.



O Poço da Ascensão (Brandon Sanderson)



O segundo livro de uma saga que eu estou a adorar. Em breve irei dar a opinião.



Harry Potter e a Criança Amaldiçoada (John Tiffany, Jack Thorne, J.K. Rowling)



O roteiro da peça de teatro que dá continuação à saga Harry Potter. Irei, também, falar dela em breve.