Ia entregar uma mensagem da minha rainha ao presidente do
reino. Era uma mensagem confidencial e eu não fazia a mínima ideia do que
estava dentro daquele envolve selado. Só sabia que a rainha esperava que eu
conseguisse levar-lhe a resposta.
Quando cheguei ao limbo, o local que fazia fronteira entre
todos os universos. Encontrei o mestre, um homem alto, com cabelo e barba
branca, vestes azul muito escuro e olhos de um verde que nunca tinha visto. Não
era o meu mestre nem sabia se ensinava alguma coisa a alguém, mas era assim que
todos o tratavam.
Cumprimentei-o e expliquei a razão da minha vinda. O mestre
com a sua vós calma, conseguiu tranquilizar-me um pouco. Explicou-me que o
mundo que ia visitar era lindo e estava a numa prolongada época de paz. Falou-me
do seu povo e das suas tradições e hábitos. Embora tenha estudado estes temas,
não pude deixar de adorar ouvir aquela explicação. A sua descrição era tão
vivida que senti-me como se tivesse a ver a magnífica espécie de cavalos alados
que só existiam naquele mundo e as maravilhosas florestas, com árvores tão
grandes como os arranha-céus do meu mundo.
O mestre deu-me um embrulho com um elegante vestido
comprido. Explicou-me que aquela sociedade que eu ia visitar não via com bons
olhos o meu vestido, que deixa demasiada pele à mostra.
- Nem acredito que não lhe tinham dado uma roupa adequada.
Aquela afirmação não me deixou confortável com a minha
preparação. Tirando o vestuário adequado, o que mais não saberia sobre o mundo
que iria visitar.
Um outro viajante entre mundos apareceu no limbo e o mestre
foi ajuda-lo e aproveitei para mudar de roupa. O outro viajante tinha pele
avermelhada e parecia bem mais experiente. Aguardei um pouco, com o
desconfortável vestido, enquanto o mestre auxiliava o homem, a entrar numa das
pequenas e luminosas bolas que serviam de porta para um dos milhares de mundos
existentes.
O mestre regressou para junto de mim e ajudou-me a entrar
para outra bola luminosa. A que serviria de entrada para o mundo que visitaria.
Fui sugada pelo brilho da bola, depois senti-me a cair. Gritei assustada. Andei
as voltas, até que cai o meio de uma superfície lisa e brilhante.
Olhei à volta, estava numa sala onde três das quatro paredes
eram feitas de vidro e a outra de pedra azulada. O vidro permitiu ver a
magnifica floresta, que conseguia ser ainda mais bonita do que tinha imaginado.
Gritei como uma louca, mas desta vez foi de felicidade.
Tinha chegado ao meu destino!
Pus-me de pé e reparei que a parede de pedra tinha uma
pequena porta, que se abriu para entrarem dois pequenos soldados com o símbolo,
que segundo os livros que tinha lido, representava a guarda do presidente.
Os dois soldados eram bastante atraente e caminhavam com
confiança. Cumprimentei-os e apresentei-me. Expliquei que tinha vindo entregar
uma mensagem ao presidente deles e que sentia-me muito honrada em puder ver
este lindo mundo.
Apesar de falar suficientemente bem a língua deles para ter
a certeza que me percebiam, os soldados ignoraram a minha explicação,
rodeando-me e arrastando-me para uma sala atrás da porta.
Quase entrei em pânico. O que ira acontecer comigo?
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